Good morning revolution

The Negro speaks of rivers

I've known rivers:
I've known rivers ancient as the world and older than the flow
of human blood in human veins.

My soul has grown deep like the rivers.

I bathed in the Euphrates when dawns were young.
I built my hut near the Congo and it lulled me to sleep.

I looked upon the Nile and raised the pyramids above it.
I heard the singing of the Mississippi when Abe Lincoln went
down to New Orleans, and I've seen its muddy bosom turn
all golden in the sunset.

I've known rivers:
Ancient, dusky rivers.

My soul has grown deep like the rivers.

O Negro Fala de Rios

Conheço os rios:
Conheço rios antigos como o mundo e mais velhos que
o fluir do sangue humano em humanas veias.

A minha alma tornou-se funda como os rios.

Banhei-me no Eufrates quando as madrugadas eram jovens.
Construí a minha cabana perto do Congo e adormeci a ouvi-lo.

Contemplei o Nilo e construí as pirâmides que lhe são sobranceiras.

Ouvi o canto do Mississipi quando Abe Lincoln
foi a Nova Orleães e vi a sua superfície
lamacenta ficar dourada ao sol-pôr.

Conheço os rios:
Rios antigos, sombrios.

A minha alma tornou-se funda como os rios.


"The Negro Speaks of Rivers" do grande Langston Hughes (1902-1967). A tradução é de António Simões, da Antologia de Poesia Anglo-Americana (Ed. Campo das Letras).
E, privilégio raro, explicação da génese do poema pelo próprio e respectiva leitura: aqui.

2 komente:

cuscavel tha...

Nem acredito que estás de volta, inf! :)

inf tha...

E tu, no primeiro dia de novo blog, inauguras a caixa de comentários! Obrigada.

Ruas sem saída