Delírios estivais

À mesa, uma garrafa da "única" àgua que realmente emagrece.

1 koment:

Vasco tha...

Querida, tu sempre. Imagino-te a almoçar algo mais ou menos perfeito, mais ou menos plástico, decorado com folhas de alface, tomate e pretensiosamente "light". Enquanto dás um gole na tua água milagrosa que emagrece, olhas à tua volta e pensas... "e se? hmm, isto parece-me uma boa ideia para um post". E depressa rabiscas algo na tua moleskin e sentes-te realizada. Totalmente realizada por saber que, afinal, não te arrancaram todos os poemas que levas dentro. E sentes-te feliz por te aperceberes de que, afinal, ainda tens tanto para dar. E divagas e deixas-te submergir por todos os pensamentos e por todas as inquietudes que te fascinam, te angustiam e te deixam louca. No fundo, nunca chegaste a ter saudades desse sentimento que te alimenta e que alimenta as tuas energias criativas, nunca te chegaste a perder de tudo isso que te faz estar. No fundo, porque nunca te perdeste de ti própria. De repente, acordas. Reconheces o sítio onde estás. Baixas a cabeça e voltas, tranquilamente à tua "Vogue", que estava esquecida na mesa, aberta. Acendes um cigarro (que imagem mais óbvia) e, enquanto bebes o teu café, acabas de ler a reportagem sobre o que estará na moda no próximo verão.

Ruas sem saída